Hohoho!

Ah, o natal. Não tem época no ano mais simbólica e harmoniosa. É nessas horas que ainda creio na salvação da humanidade. Neste exato momento, em meio às bombas posso ouvir crianças felizes gritando sob minha janela.

-Por*a!!!
-Cara%&*o!!

Tudo isso num coral dos anjos que se torna mais belo graças à orquestra de fogos que decerto se assemelham a uma manhã londrina durante a II guerra mundial. Na rua, os carros buzinam freneticamente deixando clara toda a felicidade de pessoas que comemoram a chegada do messias no melhor estilo romano. Bebedeira e sacanagem.


Em alguma casa mais animada que a minha famílias se reúnem em alguma mesa, se empanturrando enquanto criança grasnam e mães falam mal umas das outras ou contam vantagens sobre seus rebentos. Depois trocam presentes sinceros, ignorando a frustração por ganhar uma blusa tamanho G ou por aquela calça apertada demais. E a fatura do cartão? Bobagem, afinal nessa época nada importa.

Recolho-me ouvindo a melodia cristã do funk carioca que consegue traduzir com maestria o sentimento de carinho e amor. E ainda é um proibidão. Acho que vou chorar.

Por essas e outras é que eu sempre digo. Natal? Não, obrigado.