Morte

É o velho clichê: você nasce tendo a certeza de que vai morrer. A graça está em não saber como ou quando, mas prcisa ser de forma tão estúpida? Precisa ser sem motivo, fuzilado sem nem saber o que aconteceu? Por estar dirigindo seu carro comprado com muito suor e alguém se achar no direito de roubá-lo e te matar por inveja ou qualquer outro motivo?

Se é pra morrer pelas mãos deles, que seja combatendo-os.

"-Filha... não dá tempo de explicar. Apenas entre na cabana e mergulhe no olho d'água que tem lá dentro. Não pergunte porque ou como. Apenas faça."

-Não, papai. Não sem você. Porque lutar com eles? Vamos juntos fugir, por favor. Eu não quero que o senhor morra! - os olhos da menina refletiam o rosto pesaroso do pai- Por favor... não precisamos morrer. O senhor não tem que morrer."

-Saia logo. Você é nova demais, não entende dessas coisas agora e se não fugir não entederá nunca! Anda!"

Um frio percorreu-lhe a espinha até a nuca. Virou-se rápido, mas antes que pudesse perceber o sangue subiu à garganta e a dor era insuportável. Quando conseguiu enxergar a face da morte assumindo a forma grotesca de um lagarto deformado e sobre patas traseiras se encheu de terror. Pensou em dominar-lhe a mente, mas a dor impedia que se cocentrasse. O cheiro podre que aquela criatura exalava, ali, com os desntes prestes a arrancar-lhe a garganta mostrava que não tinha mais nenhuma chance. Sob os pés da criatura o chão se tornava podre e sem vida.

O monstro urrou, soltando o homem, virando-se de costas e em profunda agonia. Via o oponente sair do chõ, como se levitasse. E realmente o fazia. Mas como era possível se ele não conseguia se concentrar o suficiente.
A cabeça da criatura explodiu e seu corpo fora arremessado contra uma árvore próxima, sendo atravessada por um galho partido. Era como se a floresta ajudasse a matar seu algoz. Quando recobrou melhor os sentidos pôde ver sua filha, de pé, impassível encarando o homem-lagarto. Sua expressão era dura e seus olhos tinham sangue. Acabara de virar uma assassina e parecia gostar disso.

-Tem razão papai -disse a menina sem virar-se de costas- existem motivos para ficar e lutar. Agora vamos -o velho saiu sentiu o corpo ferido leve- vamos sair daqui."

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