Volta às aulas

Em resumo: frustração. Não que eu não goste de estudar, muito pelo contrário. Poucas coisas me dão tanto prazer quanto a troca de informações entre alunos e professores. O exercício do aprendizado a elucidação das dúvidas, a fuga das trevas da ignorância. Porém o caso é outro.

Sou de um tempo esquecido, onde as pessoas aprendiam pelo gosto e os professores eram mestres detentores do conhecimento. A relação era quase paternal. Os alunos apesar de os admirarem, continuamente os desafiavam com as mais intrincadas dúvidas e as aulas eram povoadas de interrogações e debates ácidos, exposições de opiniões e risadas à procura da resposta, que os mestres insistiam em demonstrar, estava diante dos nossos narizes.

Mas o que sobrou desse tempo? Não muito, apenas alunos medíocres sem o menor interesse no conhecimento, em sua maioria. Conhecimento raso, dúvidas idem, raciocínio quase nulo. A preocupação única é com o número que define seu destino acadêmico. Só isso. Não se tem em mente que a assimilação natural das idéias, a libertação do pensamento trará o resultado mais que desejado. Não se busca a superação, apenas a igualdade, o razoável, o comum.

E eu, eterno inconformado dos tempos românticos, sigo em frente, agradecendo pelos companheiros que dentre tantos que povoam as cadeiras das salas de aula são os melhores e mais esforçados que eu imaginei. Não por excelência, mas por conservarem a inocência e a visão utópica que eu sempre achei, deveria ser unânimes (ou quase) entre todos os estudantes.

Houve um tempo em que eu quis ser professor.

3 comentários:

Thais disse...

Me passa seu e-mail p/ eu te autorizar no blog. :)

thaisgodinho@gmail.com

Mileníssima disse...

"Adoro o Rio, sério mesmo, mas não agüento mais esse povinho cretino de mentalidade tacanha que acha que o pote de ouro está no botequim."
Mais um que adora falar 'mentalidade tacanha', hahahha.
Disso isso hoje mesmo na aula.

Thais disse...

Eu ainda quero ser professora. um dia.

O problema é que o conhecimento se tornou um fim, ao invés de ser um meio. As pessoas simplesmente querem posar de eruditas, não sabendo que, com isso, se tornaram ridículas.