Divagações silenciosas

Não espere uma foto legal, bonita nem alguém do tipo "uau o cara perfeito pra enfeitar minha friendlist". Aqui só tem defeitos, raiva e amargura. Tem neuroses e ingratidão.

Não sou um modelo, não sou perfeito, não ouço a sua música nem compartilho os valores medíocres que você espera e admira. Não dou a mínima e nem pretendo ser um modelo da sua beleza intangível, que intimida e menospreza. Não mesmo.

Apenas uma pincelada de tinta preta numa tela vazia. Feia, desfocada, sem sentido e disforme. Continue olhando e procurando significado e quando achar pare de ler. Você não devia nem ter começado.

Entre o chão e o céu sem esperança ou amor numa cópia da canção de viagem que mais caleja o pé e arranha a garganta do peregrino que respira a poeira e caminha no solo sagrado e assombrado onde Byron viveu.

Sem poses ou atitudes circenses, cambalhotas, firulas desnecessárias ou pirotecnia. Dispenso remendos, curativos ou a benção.

Um renascer glorioso numa existênia inglória com o aval do criador justo e piedoso que nos fez fortes e combatentes. Jamais morrerei antes do fim da jornada, da concepção da criação desordenada da fé cega e indubitável que enche os templos de devotos de terno procurando no alto por alguém que está em toda parte.

É assim, roto, esfarrapado, sujo, enlameado, mas feliz de encontrar o caminho e a saída dos percalços que dou o próximo passo sem nunca encontrar nada. Afinal, eu nunca disse que procurava por alguma coisa.

Peregrino Silencioso.

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